19/03/12

A re-reconstrução dos Blazers

Publicada por Fábio Mesquita



Recuemos ao Verão de 2007.

Os Trail Blazers, estava em vias de se tornar a única equipa do estado do Oregon, não na só na NBA, como em todos os desportos do chamado "Big 4" (ligas de basquetebol, futebol americano, basebol e hóquei no gelo), depois da saída dos Grizzlies de Vancouver para Memphis e a eminente fuga dos SuperSonics de Seattle, que viria a originar os Oklahoma City Thunder;

A equipa de Portland vivia um momento de ascensão meteórica: Brandon Roy tinha acabado de ser eleito como o rookie do ano (relativamente à época de 2006/07), o draft aproximava-se tendo os Blazers a primeira escolha num draft onde Greg Oden e Kevin Durant se afiguravam como atletas com potencial para se tornarem jogadores de topo e os adeptos sonhavam de novo, após alguns anos complicados com problemas com o Rose Garden, o pavilhão da equipa, bem como polémicas entre jogadores e os treinadores (com alegados insultos racistas à mistura).

Os Blazers pareciam ter tudo para marcar uma década, ao lado dos Oklahoma City Thunder, tal como os Los Angeles Lakers e os San Antonio Spurs dominaram a anterior (ainda que não totalmente, afinal estamos a falar da NBA).

Greg Oden foi a escolha dos Blazers no draft de 2007, à frente de Kevin Durant, a actual estrela maior
dos líderes da conferência Oeste, os Oklahoma City Thunder.

A 28 de Junho de 2007, Greg Oden, o center de Ohio State foi a primeira escolha dos Portland Trail Blazers no draft e, aquilo que parecia ser o início do sonho dos fãs foi, percebe-se agora, cinco anos volvidos, o início do pesadelo.

Oden teve que sofrer uma microcirurgia devido a uma fractura no joelho esquerdo, o que o levaria a falhar toda a época. A expectativa era grande para a época seguinte, ainda para mais com a adição do espanhol Rudy Fernandéz e do francês Nicolas Batum, ambos internacionais pelos seus países e com a afirmação de Roy como um jogador de topo. Oden deu ainda o seu contributo durante 61 jogos e a equipa alcançou um recorde positivo (54 vitórias e 28 derrotas) pela primeira vez desde a temporada 2002-2003 (que tinha marcado também a sua última ida aos play-offs) o que lhes valeu o quarto posto na conferência Oeste. 

Na postseason de 2008, jogando na primeira ronda frente aos Houston Rockets, a equipa caiu por 4-2 mas, ainda assim, a valia da jovem equipa de Portland era por todos reconhecida e perspectivava-se um excelente futuro, com o amadurecimento de jogadores como Oden e Batum e com a ascensão à categoria de All-Star de Brandon Roy.

Os Blazers perderam na 1ª ronda para uns mais experientes Rockets, em 2008, mas o futuro
da equipa parecia ser risonho.

Com o começo da temporada de 2009-2010 os problemas dos Blazers começaram de novo a aparecer. O draft não adicionou grande qualidade imediata ao plantel e, apesar da adição do base Andre Miller, que se tinha destacado pelas exibições consistentes nos Philadelphia 76'ers, as lesões foram aparecendo para complicar a vida ao treinador Nate McMillan.

Nicolas Batum e Rudy Fernandéz começaram a época indisponíveis, lista ao qual se juntou rapidamente Travis Outlaw, com uma lesão grave num pé. Greg Oden (pela segunda vez em três anos) e Joel Przybilla, os centers da equipa, tiveram que abandonar a época devido a lesões no joelho e Brandon Roy e LaMarcus Aldridge, os pilares da equipa, jogaram condicionados por lesões que foram surgindo. Ainda assim, o treinador Nate McMillan conseguiu repetir o recorde positivo da época anterior, ele que também não escapou ao azar da equipa, tendo feito uma rotura no tendão de Aquiles durante um treino.

Com a adição de Marcus Camby (um center vindo dos LA Clippers, por troca com Steve Blake e Travis Outlaw), para assegurar a necessitada posição em Portland, os Blazers foram sextos no Oeste, mas com todas as limitações e desgaste que a época trouxe, voltaram a cair, novamente na primeira ronda dos play-offs, novamente por 4-2, mas desta vez contra os Phoenix Suns de Steve Nash e Amar'e Stoudemire.

Desta vez foram os Phoenix Suns a deixar a equipa de Portland de fora, logo na primeira ronda.

Ainda cedo na época seguinte, mais precisamente a 17 de Novembro de 2010, os Trail Blazers confirmaram que Greg Oden iria novamente ser sujeito a uma cirurgia ao joelho esquerdo, falhando já a sua terceira época na NBA. As dúvidas sobre a capacidade de Oden construir uma carreira de sucesso subiram de tom, passando quase a certezas e, ao longo dessa época, também o seu substituto, Marcus Camby foi submetido a uma operação ao joelho esquerdo.

Para além dos dois centers, também o franchise player de Portland Brandon Roy "foi à faca", a 17 de Janeiro de 2011, para uma dupla artroscopia aos joelhos, devido a problemas constantes nos mesmos, deixando no ar dúvidas no ar quanto ao seu futuro.

Ainda assim, os Trail Blazers, liderados por LaMarcus Aldridge, pelas boas prestações de Wesley Matthews (vindo dos Utah Jazz no início da temporada) e de Gerald Wallace (trocado com os Charlotte Bobcats por Dante Cunningham, Joel Przybilla e Sean Marks) chegaram pela terceira vez consecutiva aos play-offs.

Sim, adivinharam, perderam na primeira ronda por 4-2. O carrasco desta vez? Os Dallas Mavericks que se sagrariam vencedores da NBA nessa época.

Os Mavericks que conquistaram o título em 2011, eliminaram os Trail Blazers. Era a terceira
queda seguida na primeira ronda dos play-offs para Portland.

Se tudo parecia correr mal à equipa de Portland, mal sabiam ainda os fãs o que estava para chegar. Com a época em risco devido ao lockout da NBA, a estrela dos Blazers Brandon Roy retira-se devido a problemas crónicos nos joelhos. Também Greg Oden parece estar cronicamente afastado da competição com nova cirurgia relacionada com o seu joelho esquerdo e até LaMarcus Aldridge a trave mestra da época anterior passou por uma operação de correcção a um problema no coração devido a um síndrome que lhe foi diagnosticado, embora este tenha, até ver, mantido o alto nível exibicional a que nos foi habituando.

Com o abandono de Roy (ao centro na foto), o futuro dos Blazers parecia definitivamente comprometido.

Com a trade deadline deste mês a aproximar-se, chegou a revolução a Portland. Nate McMillan foi despedido, ficando Kaleb Canales interinamente à frente dos destinos da equipa; Gerald Wallace foi trocado para os New Jersey Nets, por Mehmet Okur (com um contrato expirante), Shawne Williams e a escolha da primeira ronda dos Nets no draft deste ano, bem como Marcus Camby, para os Houston Rockets, por Johnny Flynn e Hasheem Thabeet e os Blazers dispensaram ainda Greg Oden, via waiver, que completou apenas 82 jogos em 5 épocas ao serviço do clube, poupando assim ainda mais na folha salarial.

Assim, a equipa vê-se com excelentes perspectivas para uma eventual reconstrução, vamos por partes:
  • Mantêm em LaMarcus Aldridge e Nicolas Batum dois jogadores muito importantes que iriam com certeza ser peças fulcrais na integração de novos jogadores na equipa, para além de contribuírem com o seu rendimento de bom nível;
  • Têm cap space suficiente para atacarem a free-agency deste ano com boas perspectivas;
  • Se optarem por fazer tanking (vulgo começarem a perder mais jogos para baixar a sua classificação, de forma a melhorarem a sua posição no próximo draft) asseguram duas (a sua e a dos New Jersey Nets, fruto do negócio de Gerald Wallace) mais que prováveis escolhas de primeiro round, num draft com uma profundidade bastante assinalável.


A verdade é que, com a troca no leme da equipa, os Trail Blazers até venceram os líderes de Este, os Chicago Bulls, na estreia de Canales ao comando da equipa, por uma interessante margem de 100-89 (o treinador tornou-se mesmo o primeiro estreante a vencer frente a uma equipa com uma percentagem de vitórias superior a 80% na história da NBA)... Será que há ainda possibilidades de tentar os play-offs esta temporada? E mais, valerá a pena? Deixo essa reflexão para vocês...

16/03/12

"Querida, troquei os miúdos!" (Parte 2 de 2)

Publicada por Fábio Mesquita

Depois do artigo de terça-feira, sobre os jogadores que, eventualmente, beneficiariam de uma troca para melhor potenciarem as suas capacidades, hoje analisamos mais cinco exemplos, desta vez da conferência Oeste.

Do lado do Pacífico dos Estados Unidos da América, são, talvez, ainda mais os jogadores de grande valia que poderiam ser trocados para melhor evoluírem o seu jogo, como os exemplos óbvios de Lamar Odom e Devin Harris.

Mas, tal como na primeira parte do artigo, o nosso foco vai mais para jogadores jovens, que por um ou outro motivo, talvez encaixassem melhor noutras paragens.



Michael Beasley (Small Forward, 23 anos)



Esta época: 23.5 MPG; 11.8 PPG; 4.6 RPG;
0.9 APG; 0.450 FG%

Beasley gerou à sua volta muita expectativa, ao ser o número 2 do draft de 2008, ainda para mais escolhido pelos Miami Heat, de Wade, que procuravam um jogador para auxiliar o astro de Miami a reconquistar o anel que tinha conseguido ao lado de Shaq.

A verdade é que, após duas épocas razoáveis na Flórida e da troca para a equipa de Minneapolis, os números de Beasley, não sendo maus, nunca explodiram para os números expectáveis de uma segunda escolha do draft.

Com a lesão de Ricky Rubio, os rumores sobre uma possível inclusão deste jogador, na tentativa de trazer para os T'Wolves um reforço na tentativa de atingir os play-offs foram aumentando mas, após a trade deadline de ontem, acabaram por não se confirmar, ficando Beasley na equipa, pelo menos até ao próximo Verão, com um papel bastante diferente do que teve a época passada. Se em 2010/11 Beasley foi titular nos 79 jogos em que alinhou, esta temporada, leva apenas 7 jogos como titulares, com os seus minutos a serem reduzidos drasticamente (aproximadamente menos 10 minutos por jogo), fruto da oposição de um Kevin Love a nível all-star e de um Pekovic a surpreender tudo e todos.


O.J. Mayo (Shooting Guard, 24 anos)


Esta época: 27.1 MPG; 12.3 PPG; 3.3 RPG;
2.2 APG; 1.0 SPG; 0.351 3PT%
Depois das épocas de rookie e sophomore em que foi titular indiscutível dos "ursos", O.J. Mayo começou, na época passada, a ser uma opção vinda do banco. Esta ano, a toada não é muito diferente já que, se o ano passado ainda começou 17 jogos a titular, este ano esse dia ainda está para chegar, com 41 jogos já disputados pelo conjunto de Memphis. Ainda assim O.J. Mayo vem colecionando médias de 27 minutos por jogo, ainda assim longe dos 38 minutos no primeiro par de épocas.

Esta situação aliada a algumas controvérsias à volta da figura do jogador, num conjunto aparentemente em harmonia, com Rudy Gay, Mike Conley, o mais novo dos manos Gasol e, na época passada, o brilhantismo de "Z-Bo" na postseason, deixam a O.J. Mayo pouco espaço para se afirmar.

Com as suas qualidades enquanto scorer e a sua capacidade para lá da linha dos três pontos, poderia ser uma excelente adição a muitas das equipas da liga que poderiam beneficiar de alguém que não tem medo de ter a bola no momento da decisão.


Chase Budinger (Small Forward, 23 anos)
Esta época: 19.5 MPG; 8.4 PPG; 3.6 RPG;
1.1 APG; 0.434 3PT%
Grande parte dos fãs pode reconhecê-lo apenas do Slam Dunk Contest do All-Star Weekend deste ano. A verdade é que Chase Budinger, apenas a 14ª escolha da 2ª ronda do draft de 2009, tem potencial para se afirmar como um jogador interessante na liga.

Parece é que dificilmente isso acontecerá no Texas (pelo menos em Houston...) pois está claramente tapado pelo jogador mais importante da equipa, Kevin Martin, e tem ainda a oposição de um regular Courtney Lee, na rotação da posição de small forward.

Ainda assim, não se deve descurar os seus números, tendo em conta as limitações já referidas, bem como os poucos minutos que tem jogado, comparado com outros jogadores com números bem inferiores aos seus, tendo ainda como arma o seu bem razoável lançamento exterior e ainda a capacidade de se tornar um jogador completo em pontos, ressaltos e assistências (estatística algo dificultada este ano pela fantástica época de Lowry).



Tyreke Evans (Combo Guard, 22 anos)



Esta época: 35.4 MPG; 17.1 PPG; 5.1 RPG;
4.9 APG; 1.3 SPG; 0.428 FG%



Atendendo apenas aos números estamos perante um jogador fantástico. A verdade é que fá-los nos Kings e, sem desprezar a equipa, obviamente, isto desvirtua um pouco aquilo que seria uma potencial produção deste nível, noutras paragens mais competitivas.


Ainda assim, é um bom valor como point guard, talvez a posição mais determinante numa equipa (basta ver os casos de Steve Nash em Phoenix, de Ricky Rubio pelos T'Wolves ou até a falta que os Knicks sentem ou sentiram de ter alguém que pautasse o ritmo do jogo) e, por esse mesmo facto, pode vir a saltar para outras paragens, até porque fica difícil perceber com é o projecto dos Sacramento Kings, a curto, médio e até longo prazo.






Nicolas Batum (Small Forward, 23 anos)


Os Trail Blazers perfilaram-se, há alguns anos atrás, como a equipa com potencial para dominar a próxima década na NBA, a par dos Oklahoma City Thunder. Se Durant e companhia parecem poder cumprir esta promessa, em Portland tudo correu mal. Brandon Roy, a estrela do companhia, retirou-se, Greg Oden nunca foi manchete por outros motivos que não lesões e ontem, com a trade deadline e a "dispensa" deste, mais a troca de Gerald Wallace, para os Nets, parece que se consumou a desistência deste plano que, ainda assim, pode trazer os Blazers razoavelmente fortes a curto/médio prazo, com duas possíveis escolhas no top 10 do draft do próximo ano, reconhecido por todos como sendo bastante forte.

No entanto, e se quase tudo mudou nesta equipa, nos últimos dias, Nicolas Batum, o small forward gaulês, a quem comparam insistentemente com Shane Battier, reconhecidamente um dos melhores defensores da liga, uma das peças mais apetecíveis dos Trail Blazers, manteve-se em Portland.

Esta época: 28.8 MPG; 13.8 PPG; 4.2 RPG;
1.1 APG; 1.1 BPG; 1.0 SPG

Os seus números já eram bons, tendo em conta as dinâmicas de Portland, com este "desagregar" da equipa, temos tudo para ver um Batum a subir o nível das suas estatísticas e, quem sabe, despertar o interesse de um contender, já que, na minha opinião, o francês é material para ser um importantíssimo role player numa equipa com aspirações ao título.

15/03/12

Resumo da trade deadline

Publicada por João Miguel Ramos Delgado

Foi esta tarde a trade deadline, acabando por agora a possibilidade de as equipas efectuarem trocas entre si. Foi um dia bastante movimentado, como tem acontecido quase todos os anos e vamos agora rever as trocas que foram efectuadas nestas últimas horas e com o quê é que cada equipa ficou:


Nene é movido em trade que envolve 3 equipas



 • F/C Nene
 • F Brian Cook
 • Futura second-round pick



 • G Nick Young



 • C JaVale McGee
 • F/C Ronny Turiaf

Análise: Depois de assinarem com Nene pouco antes de terminar o lockout, os Nuggets trocam o seu center do 5 inicial, que estava no primeiro do contrato de 5 anos que irá render 67M$. Esta troca substitui os 13.4 pontos e 7.4 ressaltos por jogo pelos 11.9 pontos e 8.8 ressaltos de McGee.

Young, que está com média de 16.6 pontos por jogo, traz consigo a habilidade de marcar, coisa que tem faltado nos Clippers desde a perda de Billups.



Era chega ao fim nos Lakers



• G Derek Fisher
• 2012 first-round pick



• F/C Jordan Hill

Análise: Fisher veio para os Lakers com Kobe em 1996 e foram colegas em 5 títulos. Esta parceria termina com os Lakers a trocá-lo por Ramon Sessions. Aos 37 anos, Fisher tornou-se uma fraqueza numa liga com muitos Guards rápidos e jovens.


Jackson retorna aos Spurs



• F/G Stephen Jackson





• F Richard Jefferson
• First-round pick condicional

Análise: Jackson, que já tinha feito parte de uma troca anterior entre os Bucks e os Warriors, reúne-se assim com os Spurs depois de uma estadia curta e atribulada com os Bucks. Um dos favoritos de Gregg Popovich na altura do seu título de 2003 com os Spurs, Jackson traz para San Antonio a sua capacidade defensiva e ofensiva.

Os Spurs terminam a sua ligação com Jefferson, cujo tempo com a equipa esteve bastante abaixo das expectativas e terá um novo começo em Golden State.


Blazers enviam Camby para os Rockets



• C Marcus Camby




• C Hasheem Thabeet
• G Jonny Flynn
• 2012 second-round draft pick

Análise: As acções dos Blazers neste dia sugerem que o front office decidiu "acabar" com a equipa começar o processo de construção do início. Diz-se que Camby afirmou que a ser trocado, o seu destino preferencial seria Houston onde possui uma residência.


Lakers tratam da situação do Point Guard




• G Ramon Sessions
• F Christian Eyenga
• Direito para trocar com os Heat pela 2013 first-round draft pick



• F Luke Walton
• 2012 first-round pick

Análise: Necessitados de um PG sólido e jovem, os Lakers trazem Sessions, que tem como médias 10.5 pontos e 5.2 assistências por jogo esta época. Ao moverem Walton também conseguem livrar algum cap space.

Os Cavaliers conseguem adquirir uma first round pick, que vai de encontro à estratégia de construção da equipa.


Wallace vai para os Nets






• F Gerald Wallace




 • F/C Mehmet Okur
• F Shawne Williams
• Protected first-round pick

Análise: Wallace, que está com médias de 13.3 pontos e 6.6 ressaltos por jogo, é um dos membros sobre o qual os Nets se podem apoiar na construção do futuro da equipa, na ida de New Jersey para Brooklyn.

Okur, que tem tido problemas de lesões, jogando apenas 17 jogos esta época está no último ano do seu contrato e ajudará a livrar cap space para os Blazers.


Barbosa segue para os Pacers





• G Leandro Barbosa



• Second-round draft pick

Análise: Com 14M$ de cap space, os Pacers que querem ir aos Playoff conseguem o scorer para o backcourt que procuravam, que ajudará a tirar algum peso de AJ Price e de George Hill que está a jogar limitado pelo seu ombro em recuperação. Barbosa está com 12.2 pontos por jogo de média esta época.


Grizzlies enviam Young para os Sixers





• G Sam Young




 • Future considerations

Análise: Com esta trade, os Grizzlies limpam completamente todos os vestígios da classe do Draft de 2009, que incluíam ainda Thabeet e DeMarre Carroll.

Para os Sixers, a aquisição de Young que está com 3.5 pontos por jogo em 11.4 minutos adiciona mais um ala à equipa, que já conta com Iguodala, Evan Turner, Thaddeus Young e Jodie Meeks.


Warriors enviam Ellis para os Bucks




• C Andrew Bogut
• G/F Stephen Jackson










• G Monta Ellis
• C Kwame Brown
• C Ekpe Udoh

Análise: Os Warriors solidificam a sua defesa interior com a aquisição de Bogut, que tem um tornozelo partido e poderá não regressar este ano. Ellis oferece capacidade ofensiva aos Bucks e ao lado de Jennings, dá à equipa um duo parecido ao Curry - Ellis que estava em Golden State.

Esta troca oferece ainda aos Bucks a flexibilidade no salary cap depois de se livrarem de Jackson e do seu contrato. Para os Warriors, a maior implicação estará no Draft de 2012, pois a sua pick irá para Utah caso esteja fora dos top-7.

14/03/12

Um último esforço dos Bucks

Publicada por Fábio Mesquita

Depois de segunda-feira passada termos falado sobre a tentativa dos Bucks atingirem um lugar nos play-offs desta temporada, eis que surge a primeira grande troca, na semana da trade deadline.

Os Milwaukee Bucks e os Golden State Warriors efectuaram uma troca que, há primeira vista, pelo menos, pode ser um grande empurrão na tentativa da equipa de Scott Skiles de atingir a última vaga para a fase final, na Conferência Este.





Os Milwaukee Bucks recebem:
  • Monta Ellis, shooting guard;
  • Ekpe Udoh, power forward;
  • Kwame Brown, center;




Os Golden State Warriors recebem:
  • Andrew Bogut, center;
  • Stephen Jackson, shooting guard;





Para os Bucks esta troca significa o adeus a Bogut, o australiano que foi número 1 no draft de 2005, mas que tem vista a sua carreira ser travada por sucessivos problemas físicos. Recebendo Ellis, um excelente scorer, em adição a Jennings, outro guard que marca muitos pontos, a equipa pode ter um folgo extra na luta pelo play-off, que juntando a outros nomes emergentes como Ersan Ilyasova e Mbah a Moute, podem fazer dos Bucks de Scott Skiles uma equipa a ter em conta para chocar a NBA e roubar a vaga dos Knicks de Lin, Amar'e e Carmelo, nos play-offs.

Para os Warriors, é a desistência da formação de um backcourt de luxo com Ellis e Steph Curry e a tentativa de adicionar peças que fazem falta na equipa, como um center de valia. Se se conseguir manter saudável, Bogut pode ser uma excelente adição ao plantel dos Warriors neste sentido, que parecem já ter desistido de uma eventual evolução de Biedrins.


NOTA:

Devido a esta troca e uma reformulação dos jogadores que beneficiariam em ser trocados, onde se encontrava Monta Ellis, a segunda parte do artigo referente a este assunto, será publicado apenas durante o dia de amanhã ou de sexta-feira.

13/03/12

"Querida, troquei os miúdos!" (Parte 1 de 2)

Publicada por Fábio Mesquita

Quem poderia demonstrar todo o seu potencial noutras paragens? Que jogador não encaixa tão bem no estilo de jogo da sua equipa? Que jogador poderia beneficiar de uma troca positiva para os clubes envolvidos e, ainda assim, potenciar as suas capacidades? É esse exercício que pretendo fazer neste artigo.

Poderia, obviamente, falar em nomes consagrados, como Deron Williams, mas pretendo pegar em alguns jogadores que, não sendo nomes de topo na liga, têm capacidades para se tornarem melhores do que demonstram actualmente.

Este artigo será, assim, dividido em duas partes, uma focada em cinco jogadores da conferência Este e outra, a ser publicada amanhã, abordando outros cinco, desta vez de Oeste.





Evan Turner (Guard-Forward, 23 anos)

O primeiro passo para a afirmação de Evan Turner seria a definição da sua verdadeira posição no campo. Se vários são os exemplos de combo guards com sucesso na NBA, um jogador que, para além de point e shooting guard, faz também de small forward é que já não é tão habitual. Nuns Philadelphia 76'ers em que Andre Iguodala, um small forward, é a estrela, Evan Turner fica quase impossibilitado de jogar regularmente na posição que lhe valeu a 2ª posição no draft de 2010, apenas atrás de John Wall.

Esta época: 24.5 MPG; 8.3 PPG;
5.8 RPG; 2.6 APG e 0.424 FG%.
Doug Collins parece agora apostado em colocar Turner numa posição de point guard, mas a oposição do regular Jrue Holiday e de um dos melhores scorers vindos do banco, Lou Williams, colocam bastante pressão nesta adaptação, num jogador que é conhecido mais por criar as suas próprias jogadas do que por ser capaz de se aproximar das dez assistências por jogo numa base regular.

A posição onde "The Villain" pareceria encaixar melhor nestes Sixers seria, portanto, como shooting guard, concorrendo apenas com Jodie Meeks, que parece ser o elo menos forte da equipa do Wells Fargo Center, se excluirmos os claros problemas que Doug Collins e o seu staff têm tido em manter Spencer Hawes saudável na posição de center. Tendo em conta a sua capacidade ressaltadora e as dinâmicas de Philadelphia que beneficiam as saídas para o contra-ataque, esta capacidade de ressalto num guard, que possa imediatamente pôr a bola no outro lado do campo, seria bastante positiva para a afirmação de Turner e para um upgrade ao jogo dos Sixers.

Assim, parece-me que Turner beneficiaria bastante de uma troca e os próprios 76'ers têm nele uma moeda de troca valiosa para um possível negócio que lhes reforce o frontcourt, bem mais necessitado que propriamente as posições mais "criativas" da equipa. E, na minha opinião, o jogador de que irei falar a seguir, poderia ser interessante numa equipa como os Philadelpia 76'ers, especialmente nesta versão Doug Collins, que parece fazer esquecer aos jogadores os seus interesses pessoais, em detrimento de um foco na equipa.



JaVale McGee (Center, 24 anos)

Filho de um ex-jogador dos Trail Blazers e de uma estrela da WNBA o futuro de JaVale só podia ser como jogador de basquetebol. Escolhido pela equipa da capital na 18ª posição do draft de 2008, com apenas 19 anos de idade, McGee vai já na sua quarta época na NBA, tendo médias interessantes de pontos, ressaltos e desarmes de lançamento, essencialmente na temporada corrente e na temporada transacta, com um aumento de produção de cerca de mais 5 pontos, 4 ressaltos e 1 bloco por jogo, em relação às suas épocas de rookie e sophomore.

Esta época: 27.3 MPG; 11.6 PPG;
8.8 RPG; 2.5 BPG; 0.532 FG%.
Ora, vamos por partes. Esta época, McGee, para além de estar no top 20 dos melhores ressaltadores da liga (18º em ressaltos ofensivos e 26º nos defensivos), é o 7º melhor em lançamentos de campo (com uma média de 53.2% convertidos) e ocupa um espantoso 2º lugar como jogador com melhor média de desarmes de lançamento por jogo, apenas atrás de Serge Ibaka, dos Oklahoma City Thunder e à frente de nomes como Andrew Bynum, Josh Smith, DeAndre Jordan ou Dwight Howard. E, o que mais importa salientar, fez isto nuns Washington Wizards que são um marasmo de ideias, na era pós Gilbert Arenas, em que as esperanças de reconstrução da equipa se centram em John Wall.

Sendo precisamente John Wall o único membro considerado intransferível pela direcção da equipa dos Wizards, que apresentam esta época nova imagem (que não se tem reflectido de forma marcada nas exibições da equipa), McGee pode, a qualquer momento, dar o salto para uma equipa mais competitiva, sabendo-se que, ainda para mais, não são muitos os centers de grande valia na NBA (ainda anteriormente referimos os problemas dos Sixers nesta posição) e mesmo equipas de topo como os Miami Heat, os Boston Celtics ou até os Dallas Mavericks poderiam beneficiar de um jogador como McGee no seu roster.


Após quatro épocas em Washington que, apesar de tudo, lhe deram a oportunidade de somar minutos e evoluir o seu jogo, numa equipa sem grande pressão para a obtenção imediata de resultados, McGee torna-se neste Verão um restricted free agent e, pessoalmente, não estranharei se vir McGee a abandonar as riscas vermelhas e azuis dos Wizs por outros padrões, na próxima temporada.






Gerald Henderon (Shooting Guard, 24 anos)

Sendo muito prático, basicamente qualquer jogador beneficiaria em sair da equipa de Larry Brown. Com 5 vitórias e 34 derrotas, é fácil perceber que muitas peças estão em sub-rendimento e, outras tantas, simplesmente não têm talento suficiente para montar um franchise competitivo. Gerald Henderson é, talvez, o principal exemplo de jogadores que poderiam ser relevantes noutras paragens e que se encontram meio perdidas na equipa da Carolina do Norte.

Esta época: 33.3 MPG; 13.9 PPG;
4.2 RPG; 2.0 APG e 0.443 FG%.
A cumprir a sua terceira temporada na Time Warner Cable Arena, a primeira com o estatuto de titular indiscutível, Henderson tem evoluído os seus números e os seus minutos de utilização de uma forma consistente, mesmo numa equipa sem grandes perspectivas, na conferência Este. Duma primeira época em que cumpriu apenas uma média de 8 minutos por jogo, Gerald Henderson vem subindo as suas estatísticas, quer na época de sophomore (subiu a sua média em cerca de 16 minutos, 7 pontos, 2 ressaltos e 1 assistência por jogo), quer na temporada actual (com mais uma subida de aproximadamente 9 minutos, 4 pontos, 1 ressalto e 0.5 assistências por jogo).

Não sendo um jogador que organize muito jogo, nem que seja muito determinante em fazer a sua equipa jogar (o seu número de assistências atesta bem isto), Gerald Henderson poderia ser importante numa equipa em que houvesse claramente um point guard responsável pela organização do jogo ofensivo da equipa, dando-lhe mais liberdade para trabalhar a sua capacidade concretizadora, que está longe de ser medíocre.





DeMar DeRozan (Shooting Guard, 22 anos)



Esta época: 35 MPG; 16.2 PPG;
3.4 RPG; 1.8 APG; 0.413 FG%
O único representante canadiano na NBA atravessa épocas conturbadas e data já de há cinco temporadas a última vez que a equipa de Toronto terminou a fase regular com um recorde positivo. Esta época não será excepção, apesar de alguns jogadores se destacarem, essencialmente na marcação de pontos, como é o caso de Andrea Bargnani ou deste DeMar DeRozan.

DeRozan, a cumprir a sua terceira época na NBA, após ter sido escolhido pelos Raptors na 9ª posição do draft de 2009, é um shooting guard que tem tudo para se assumir como um jogador que assegure uma média de 20 pontos por jogo (dependendo obviamente da equipa onde esteja, mas num conjunto como os Raptors parece uma marca possível), mas não parece que vá ficar do "lado de lá da fronteira" durante muito tempo, já que poderá, em breve, negociar um contrato mais condizente com o seu estatuto, algo em que outras equipas poderão ter uma palavra a dizer.

Apesar de ainda bastante jovem (terá mais década e meia à sua frente de NBA, se tudo correr dentro da normalidade), DeRozan conta já com alguma experiência, tendo já 200 jogos na liga (atingidos no jogo de Domingo passado) ainda que, fruto das épocas pobres da equipa de Toronto (mesmo quando Chris Bosh ainda estava na equipa), esteja ainda à espera da sua estreia num jogo de play-off. Com efeito, várias são as equipas que gostariam de contar com a sua regularidade, quer em minutos, quer em pontos marcados, e certamente que o jogador se sentiria atraído por outras paragens mais competitivas, nos Estados Unidos da América.







Brandon Knight (Guard, 20 anos)

Brandon Knight é o único rookie incluído nesta lista e, como qualquer estreante na NBA, a sua vontade quanto a uma eventual troca fica bastante limitada, pois o seu contrato, para além de custar bastante pouco à sua equipa, não serve como grande moeda de troca em trocas (desculpem-me a redundância) em eventuais negócios com outros franchises.

Esta época: 32 MPG; 12.6 PPG;
3.4 RPG; 3.5 APG e 0.365 3PT%.

Os Pistons não são a equipa dominadora que já foram, nos tempos em que o "Palace" era um verdadeiro inferno, com lotação esgotada durante épocas a fio. Ainda assim, nomes como Rodney Stuckey, Tayshaun Prince, Jason Maxiell, Ben Gordon ou mesmo o também jovem Greg Monroe poderiam montar um núcleo de jogadores interessante. A verdade é que a equipa da cidade dos automóveis parece mais interessada em pensar no futuro, ainda que sem se perceber muito bem em que direcção, devido a algumas renovações de contratos algo estranhas que têm acontecido.

Brandon Knight, parece ser um atleta de futuro, com basketball IQ e que, noutras paragens, poderia potenciar ainda mais o seu jogo e aumentar as suas assistências, bem como aproveitar melhor a sua capacidade ressaltadora, algo que poucas ou nenhumas equipas desprezam num point guard com potencial para se afirmar na liga.