New York, 15 de Janeiro de 1990. Os Bulls vinham à Cidade. Michael Jordan liderava a lista dos melhores marcadores da Liga pela 4ª ocasião consecutiva, Scottie Pippen preparava-se para a sua estreia no jogo All-Star e Phil Jackson acumulava os primeiros meses de experiência enquanto treinador principal, sedimentando as bases para a profusão de títulos que se avizinhava.
Jordan encontra a oposição de Ewing.
O encontro constituía a reedição das meias-finais da Conferência Este da época anterior, nas quais a turma do Illinois suplantara os Knicks de Bernard King, Charles Oakley e Patrick Ewing em seis jogos. O entusiasmo tomava naturalmente conta do Madison Square Garden e o jogo correspondia às expectativas, marcado por uma toada de extremo equilíbrio. Cheirava a prolongamento. Quando, a momentos do final, o conjunto nova-iorquino pediu um desconto de tempo, o marcador assinalava um empate a 106 pontos e o relógio acusava 1 décimo de segundo por jogar. 1 décimo de segundo, menos tempo do que um olho humano leva a piscar.
Foi então, literalmente, num abrir e fechar de olhos que tudo aconteceu.
Mark Jackson, quase em frente do banco da casa, procurou solicitar o seu poste para uma tapinha, mas os Bulls estavam avisados e cortaram a opção de passe para Ewing. Em desespero, Jackson viu o veterano atirador Trent Tucker, marcado de perto por Pippen, a aproximar-se e colocou-lhe a bola nas mãos. E bem na cara de um dos melhores defensores de todos os tempos, Tucker subiu e atirou. Sem espinhas.
Phil Jackson pressiona o juíz.
As bancadas exultaram, os jogadores de Nova Iorque correram para os balneários em celebração, e Phil Jackson revoltou-se. Depois de pedir a invalidação da jogada, o treinador dos Bulls acusou a arbitragem de proteger a equipa da casa e os próprios responsáveis nova-iorquinos de manipularem o relógio de forma a que este corresse mais lentamente sempre que os Knicks se encontravam em posição de desvantagem.
O protesto apresentado por Chicago foi indeferido pela Liga, mas o comissário David Stern decretou a reforma dos marcadores electrónicos na NBA e estabeleceu uma nova directriz que determinava a impossibilidade de se tentarem lançamentos em posse de bola após reposição com menos de 3 décimos de segundo no relógio.
Nascia a Regra Trent Tucker.
Lee desvia em último recurso.
Quase 17 anos passariam até que uma equipa encontrasse forma de contornar esta regra. A mesma equipa, no mesmo pavilhão. A 20 de Dezembro de 2006, os Knicks recebiam em casa os Bobcats, mas 57 minutos, 59 segundos e 9 décimos não bastariam para se encontrar um vencedor. Novamente um base de Nova Iorque reporia a bola em jogo a um décimo de segundo do final perante Jordan, Oakley e Ewing, presentes naquela noite no Garden. Jamal Crawford atirou o esférico para as imediações do cesto e David Lee saltou mais alto do que Emeka Okafor, desviando-a com as pontas dos dedos.
Déjà vu.
(O vídeo apresenta ambas as jogadas abordadas.)
3 comentários:
Trocamos o Evans e o Marshall pelo Lee! (a)
E o Jordan também estava no pavilhão.
Grande buzzer.
Realmente o comentador tem razão. Se devido à regra só se pode marcar com o alley-oop, porque é que os Bobcats têm jogadores no perímetro? Era metê-los todos debaixo do cesto...
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