16/03/12

"Querida, troquei os miúdos!" (Parte 2 de 2)

Publicada por Fábio Mesquita

Depois do artigo de terça-feira, sobre os jogadores que, eventualmente, beneficiariam de uma troca para melhor potenciarem as suas capacidades, hoje analisamos mais cinco exemplos, desta vez da conferência Oeste.

Do lado do Pacífico dos Estados Unidos da América, são, talvez, ainda mais os jogadores de grande valia que poderiam ser trocados para melhor evoluírem o seu jogo, como os exemplos óbvios de Lamar Odom e Devin Harris.

Mas, tal como na primeira parte do artigo, o nosso foco vai mais para jogadores jovens, que por um ou outro motivo, talvez encaixassem melhor noutras paragens.



Michael Beasley (Small Forward, 23 anos)



Esta época: 23.5 MPG; 11.8 PPG; 4.6 RPG;
0.9 APG; 0.450 FG%

Beasley gerou à sua volta muita expectativa, ao ser o número 2 do draft de 2008, ainda para mais escolhido pelos Miami Heat, de Wade, que procuravam um jogador para auxiliar o astro de Miami a reconquistar o anel que tinha conseguido ao lado de Shaq.

A verdade é que, após duas épocas razoáveis na Flórida e da troca para a equipa de Minneapolis, os números de Beasley, não sendo maus, nunca explodiram para os números expectáveis de uma segunda escolha do draft.

Com a lesão de Ricky Rubio, os rumores sobre uma possível inclusão deste jogador, na tentativa de trazer para os T'Wolves um reforço na tentativa de atingir os play-offs foram aumentando mas, após a trade deadline de ontem, acabaram por não se confirmar, ficando Beasley na equipa, pelo menos até ao próximo Verão, com um papel bastante diferente do que teve a época passada. Se em 2010/11 Beasley foi titular nos 79 jogos em que alinhou, esta temporada, leva apenas 7 jogos como titulares, com os seus minutos a serem reduzidos drasticamente (aproximadamente menos 10 minutos por jogo), fruto da oposição de um Kevin Love a nível all-star e de um Pekovic a surpreender tudo e todos.


O.J. Mayo (Shooting Guard, 24 anos)


Esta época: 27.1 MPG; 12.3 PPG; 3.3 RPG;
2.2 APG; 1.0 SPG; 0.351 3PT%
Depois das épocas de rookie e sophomore em que foi titular indiscutível dos "ursos", O.J. Mayo começou, na época passada, a ser uma opção vinda do banco. Esta ano, a toada não é muito diferente já que, se o ano passado ainda começou 17 jogos a titular, este ano esse dia ainda está para chegar, com 41 jogos já disputados pelo conjunto de Memphis. Ainda assim O.J. Mayo vem colecionando médias de 27 minutos por jogo, ainda assim longe dos 38 minutos no primeiro par de épocas.

Esta situação aliada a algumas controvérsias à volta da figura do jogador, num conjunto aparentemente em harmonia, com Rudy Gay, Mike Conley, o mais novo dos manos Gasol e, na época passada, o brilhantismo de "Z-Bo" na postseason, deixam a O.J. Mayo pouco espaço para se afirmar.

Com as suas qualidades enquanto scorer e a sua capacidade para lá da linha dos três pontos, poderia ser uma excelente adição a muitas das equipas da liga que poderiam beneficiar de alguém que não tem medo de ter a bola no momento da decisão.


Chase Budinger (Small Forward, 23 anos)
Esta época: 19.5 MPG; 8.4 PPG; 3.6 RPG;
1.1 APG; 0.434 3PT%
Grande parte dos fãs pode reconhecê-lo apenas do Slam Dunk Contest do All-Star Weekend deste ano. A verdade é que Chase Budinger, apenas a 14ª escolha da 2ª ronda do draft de 2009, tem potencial para se afirmar como um jogador interessante na liga.

Parece é que dificilmente isso acontecerá no Texas (pelo menos em Houston...) pois está claramente tapado pelo jogador mais importante da equipa, Kevin Martin, e tem ainda a oposição de um regular Courtney Lee, na rotação da posição de small forward.

Ainda assim, não se deve descurar os seus números, tendo em conta as limitações já referidas, bem como os poucos minutos que tem jogado, comparado com outros jogadores com números bem inferiores aos seus, tendo ainda como arma o seu bem razoável lançamento exterior e ainda a capacidade de se tornar um jogador completo em pontos, ressaltos e assistências (estatística algo dificultada este ano pela fantástica época de Lowry).



Tyreke Evans (Combo Guard, 22 anos)



Esta época: 35.4 MPG; 17.1 PPG; 5.1 RPG;
4.9 APG; 1.3 SPG; 0.428 FG%



Atendendo apenas aos números estamos perante um jogador fantástico. A verdade é que fá-los nos Kings e, sem desprezar a equipa, obviamente, isto desvirtua um pouco aquilo que seria uma potencial produção deste nível, noutras paragens mais competitivas.


Ainda assim, é um bom valor como point guard, talvez a posição mais determinante numa equipa (basta ver os casos de Steve Nash em Phoenix, de Ricky Rubio pelos T'Wolves ou até a falta que os Knicks sentem ou sentiram de ter alguém que pautasse o ritmo do jogo) e, por esse mesmo facto, pode vir a saltar para outras paragens, até porque fica difícil perceber com é o projecto dos Sacramento Kings, a curto, médio e até longo prazo.






Nicolas Batum (Small Forward, 23 anos)


Os Trail Blazers perfilaram-se, há alguns anos atrás, como a equipa com potencial para dominar a próxima década na NBA, a par dos Oklahoma City Thunder. Se Durant e companhia parecem poder cumprir esta promessa, em Portland tudo correu mal. Brandon Roy, a estrela do companhia, retirou-se, Greg Oden nunca foi manchete por outros motivos que não lesões e ontem, com a trade deadline e a "dispensa" deste, mais a troca de Gerald Wallace, para os Nets, parece que se consumou a desistência deste plano que, ainda assim, pode trazer os Blazers razoavelmente fortes a curto/médio prazo, com duas possíveis escolhas no top 10 do draft do próximo ano, reconhecido por todos como sendo bastante forte.

No entanto, e se quase tudo mudou nesta equipa, nos últimos dias, Nicolas Batum, o small forward gaulês, a quem comparam insistentemente com Shane Battier, reconhecidamente um dos melhores defensores da liga, uma das peças mais apetecíveis dos Trail Blazers, manteve-se em Portland.

Esta época: 28.8 MPG; 13.8 PPG; 4.2 RPG;
1.1 APG; 1.1 BPG; 1.0 SPG

Os seus números já eram bons, tendo em conta as dinâmicas de Portland, com este "desagregar" da equipa, temos tudo para ver um Batum a subir o nível das suas estatísticas e, quem sabe, despertar o interesse de um contender, já que, na minha opinião, o francês é material para ser um importantíssimo role player numa equipa com aspirações ao título.

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