Michael Jordan é (nada de "foi" nem "será") o melhor basquetebolista que até hoje os nossos mortais olhos viram. Como tal, parece-me apropriado mencionar o seu nome neste blog.
Como uma curta-metragem o currículo basquetebolístico deste senhor pode ser visto e analisado a partir de diferentes perspectivas subjectivas (odiado, invejado, adorado, amado, mas nunca negligenciado), contudo certos aspectos estão de tal maneira lapidados e marcados na nossa retina que o seu esquecimento involuntário só será comparável ao despreso pela fruto que caiu da macieira de Newton, ou pelo Adão e Eva de Darwin.
Nasceu a 17 de Fevereiro de 1963 em Bro oklyn, New York, USA.
Frequentou a Universidade da Carolina do Norte. Mais Tar Heels à frente.
Entrou para a NBA no Draft de 1984. Primeira ronda, 3ª escolha (ou seja, dois General Managers ficaram igualmente para a história).
32,292 pontos.
6,672 ressaltos.
5,633 assistências.
(...)
Em 1981, Jordan recebia uma bolsa de entrada na Universidade de North Carolina (Tar Heels). Acabava o high-school como um big bang se tratasse: ultimo jogo - 29 pontos, 12 ressaltos, e 10 assistencias.
A par do curso de Geografia Cultural, Michael ganhava créditos universitarios a marcar cestos, 13.4 pontos por jogo (com 53.4% de acerto) no seu primeiro ano ao nível universitario deram-lhe o titulo de Freshman of the Year.
Já em 1982, é marcado um cesto, que o próprio MJ descreve como "The major turning point in my basketball career.". Na Final da NCAA, #23, pontua e começa um novo paragrafo da sua vida desportiva ao marcar o cesto da vitoria contra Georgetown.
Na primeira época ao serviço dos Chicago Bulls (equipa que não o deixou passar da 3ª posição), Jordan marcou 28.2 pontos por jogo (51.5% de acerto) e apareceu na capa da Sports Ilustrated com o título de "A Star is Born". Uma legião de fãs também acabava de nascer, uma legião que geograficamente se estendia muito para além de Chicago. Não será de estranhar que Michael fosse eleito por essas mesmas pessoas para o All Star Game logo no seu ano de rookie. E sim, Rookie of the Year também marca presença na a stats sheet de MJ.
Embora a sua segunda temporada possa ser vista como aquela em que Michael esteve afastado da competição durante 64 jogos, por lesão, há quem a veja como um dos pontos mais importantes na sua carreira profissional: regressado a tempo dos playoffs, Jordan marca 63 pontos (um record ainda por superar na post-season) no Jogo 2 contra os 1985–86 Boston Celtics, por muitos considerada uma das melhores equipas de sempre da NBA. Os Bulls acabariam por ser eliminados pelos Celtics, mas Jordan começava a metamorfose de menino-de-fãs para homem-de-história.
Terceira época: Mais uma vez, eliminados pelos Celts nos Playoffs, mas Jordan com uma época regular tremendamente prolifica: 37.1 ppj (48.2%) - igualando o feito de Chamberlain de marcar 3000 pontos numa época - e começava a soltar besta defensiva que havia dentro de si ao ser o primeiro jogador da NBA a conseguir 200 steals e 100 blocks numa temporada.
Na época seguinte, 35 ppj (53.5%) e MVP da época regular. Também juntou ao seu currículo o estatuto de Defensive Player of the Year - 3.16 steals e 1.6 blocks.
Passava pela primeira vez da 1ª ronda (desta vez contra os Cavaliers) mas se agora não tinham tido Celtics no seu caminho, eis que Detroit e os "Bad Boys" de Isiah Thomas surgem para entrar na historia de uma das maiores rivalidades vistas até hoje no desporto. Intensidade nos olhares, agressividade no limite do tolerável, competitividade inflamavel.
Quinta época, 32.5 ppj (53.8%), 8 rpj e 8 apj. Mas agora era a vez do bloqueio da via de alta velocidade por parte dos Pistons: "Jordan Rules" era o esquema defensivo que consistia em double ou triple-teams. A dependencia dos Bulls pela sua única estrela mostrava-os como uma equipa facil de analisar e neutralizar: uma só variavel é mais facilmente controlavel do que mais do que uma.
1989-90, Scottie Pippen, Horace Grant e Phil Jackson juntam-se à turma de Michael. 33.6 ppj (52.6%), 6.9 rpj e 6.3 apj. Mas mais uma vez, pela terceira vez consecutiva, Chicago ainda não era suficientemente imprevisivel para os rapazes de MoTown.
1990-91, o começo da razão pela qual os mais cepticos (ou parvos) dizem que Jordan foi o melhor basquetebolista da década de 90 (parece-me que até aqui já transcendeu um pouquinho os anos 90). Segundo MVP, 31.5 ppj (53.9%), 6.0 rpj, e 5.5 apj. Os Bulls, com Pippen como seu segundo All Star, ganhavam 61 jogos. Nos playoffs, agora, Michael sabia que tinha um contra-"Jordan Rules": Passar ao Pippen livre. Bad Boys no more.
Impressionante ratio de 15-2 nos playoffs até à Final contra os Lakers, onde Michael Jordan levantava pela primeira vez o troféu que lhe garante o anel de campeão, e ganhava, igualmente, o prémio de Finals MVP - 31.2 pontos em 56% de lançamentos convertidos, 11.4 assistências, 6.6 ressaltos, 2.8 roubos and 1.4 blocos. Michael Jeffrey Jordan chora.
No ano seguinte, MJ volta a ser MVP da fase regular - 30.1/6.4/6.1 com 52% nos lançamentos - Volta a ser Campeão da NBA e MVP das Finais - 35.8 ppj, 4.8 rpj, e 6.5 apj, lançando a 53%.
Época seguinte, perde o prémio de MVP da regular season para o seu grande amigo Charles Barkley (embora tenha feito uma época de 32.6/6.7/5.5), mas volta ser Campeão da NBA e é, pela primeira vez na historia, o primeiro jogador a ganhar 3 Finals MVP consecutivos.
O primeiro Three-peat estava completo.
Seguiu-se a primeira pseudo-reforma que toda a gente que viu o filme Space Jam ("I Believe I Can Fly!" rings a bell?) conhece a história.
Regressa com o número #45 (número que usava na equipa de baseball - Barons), mas depois de uma época modesta (humildemente comparada às anteriores) que terminou com Nick Anderson, que marcou o cesto decisivo para o afastamento dos Bulls nos playoffs daquele ano, a dizer "didn't look like the old Michael Jordan".
MJ volta a usar o #23 na época a seguir. Com a ajuda da presença defensiva da personalidade de Dennis Rodman, os Chicago Bulls e Michael Jordan são novamente recrutados para entrar na gigante longa-metragem que é a História da NBA ao acabarem a época regular com o, igualmente, gigante record de 72 vitorias. Como estamos a falar de Michael Jordan não há espaço para "upsets". MVP da fase regular, MVP do All Star Game, MVP da Final, Campeão da NBA. Campeão da NBA no dia do Pai - quem viu o Space Jam deve imaginar a carga emocional que terá tido em Michael Jeffrey Jordan.
E quando parecia que este monumental romance tinha tido o seu final feliz, não só por ter sido uma temporada quase perfeita para um atleta quase perfeito, mas também porque a Oeste começava a surgir outra bonita história: Jerry Sloan, John Stockton, Karl Malon e os Utah Jazz.
A meu ver, as duas Finais que se seguiram frente à turma de Salt Lake City, foram os marcos que realmente catapultaram Jordan para um panteão com espaço para apenas um. Wilt Chamberlain, Magic Johnson, Larry Bird, Bill Russel, Kareem Abdul-Jabbar, Shaquille O'Neal, Tim Duncan, etc. Todos têm currículos divinais, mas aquilo que Michael Jordan mostrou ao Mundo nas duas finais frente aos Utah Jazz, transcende qualquer racionalização baseada em números ou letras. Eu era um rapazinho fã dos Jazz (como o meu pai gosta de jazz, eu achava piada ao nome) a ver os jogos na RTP2, MJ#23 acabava de me converter e convencer de que a NBA era muito mais do que uma série de logotipos engraçados, e que o basquetebol, embora sendo um desporto colectivo, era um desporto onde a força da tua individualidade pode mover montanhas. Jordan, literalmente, abanou as montanhas de Utah.
Duas Finais, dois momentos:
Jogo 5, 2-2, Michael febril e desidratado devido a uma virose estomacal, marca 38 pontos, incluindo o triplo decisivo a 1 minuto do fim. O mítico "flu game".
Jogo 6, 3-2 Bulls, em Utah, deixo-vos com o relato da mais magnífica sequência basquetebolística que até hoje já assisti: With the Bulls trailing 86–83 with 40 seconds remaining, coach Jackson called a timeout. When play resumed, Jordan received the inbound pass, drove to the basket, and hit a layup over several Jazz defenders. The Jazz brought the ball upcourt and passed the ball to forward Karl Malone, who was set up in the low post and was being guarded by Rodman. Malone jostled with Rodman and caught the pass, but Jordan cut behind him and swatted the ball out of his hands for a steal. Jordan then slowly dribbled upcourt and paused at the top of the key, eyeing his defender, Jazz guard Byron Russell. With fewer than 10 seconds remaining, Jordan started to dribble right, then crossed over to his left ... Jordan then released a shot that would be rebroadcast innumerable times in years to come. As the shot found the net, announcer Bob Costas shouted "Chicago with the lead!". After a desperation three-point shot by John Stockton missed, Jordan and the Bulls claimed their sixth NBA championship, and secured a second three-peat. Once again, Jordan was voted the Finals MVP, having led all scorers by averaging 33.5 points per game, including 45 in the deciding Game 6.
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